sábado, 26 de junho de 2010

O Photoshop faz mal à saúde

por Valérie Boyer


Binho Barreto
É preciso avisar em propagandas, revistas ou jornais quando uma fotografia é modificada por programas de computador. Só assim saberemos com precisão a fronteira entre a imagem real e a virtual. Vivemos em uma sociedade da imagem, na qual a figura do corpo tem muita importância. Entretanto, partimos de um modelo restrito do que é belo, uniformizamos a beleza. Valorizamos a diversidade das origens, mas as mulheres, sejam elas americanas, francesas, brasileiras ou japonesas, são todas iguais e, se fugirem aos padrões desejados, são transformadas pelo computador para entrarem no modelo. Imitamos corpos e belezas inacessíveis, que não são verdadeiros.

Além disso, é falta de honestidade com o leitor ou consumidor oferecer corpos irreais sem avisar. Hoje em dia, a alteração das imagens é a regra, e não advertir que alguém aparece retocado na imagem é, no mínimo, injusto. Ficamos chocados com a mentira das palavras, enquanto a mentira das fotos é permitida, aceita e até valorizada. Quando um jornalista publica uma reportagem mentirosa, ele pode ser acusado de difamação e condenado, mas fazer o mesmo com fotografias é permitido.

Há um ano e meio fiz uma proposta de emenda à lei francesa para que fosse colocado um aviso em fotos modificadas digitalmente. Ela foi rejeitada e, em setembro deste ano, refiz a proposta, não como uma emenda, mas como um projeto de lei visando a saúde pública. Assim, todo retrato retocado por programas de computador viria com um selo. O projeto tem um duplo objetivo: prevenir distúrbios de saúde, já que a pressão da imagem irreal sobre as mulheres, sobretudo, pode ser um fator de frustração e provocar problemas psicológicos e alimentares (como a anorexia ou bulimia); e advertir o consumidor para que ele saiba se o que está consumindo é uma imagem verdadeira ou não.

Não pretendo, com isso, limitar a criação de artistas e fotógrafos, mas, simplesmente, dizer a verdade aos cidadãos e consumidores. Parece que estamos vivendo no ambiente do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Ali, os seres são classificados em categorias. Na mais alta escala, todos são belos e perfeitos, na mais baixa, todos são feios e obesos. É preciso criar uma educação das imagens para saber distinguir o verdadeiro do falso. Sem isso, seremos sempre incapazes de ser o que as fotos nos impõem.
VALÉRIE BOYER, deputada francesa da UMP (União por um Movimento Popular)

Photoshop faz 20 anos; veja casos que entraram para a história

O programa, lançado pela Adobe em 19 de fevereiro de 1990, tem uma história marcante de erros e acertos

por Redação Galileu
O software Photoshop foi concebido em 1987, fruto de uma paixão - e de um acidente - de Thomas Knoll, na Califórnia, Estados Unidos. Knoll estava em casa trabalhando em sua tese de doutorado, quando criou um código em seu computador que exibia imagens em tons de cinza em um monitor de bitmap preto e branco. Como o código não estava diretamente relacionado à sua tese de doutorado, Knoll subestimou o seu valor. Mal sabia ele que esse era o primeiro esboço do fenômeno Photoshop.
Só mais tarde, quando seu irmão John Knoll se encantou pelo programa, ele percebeu seu potencial. Ambos trabalharam juntos para desenvolvê-lo e em 1990 o viram lançado pela Adobe, que havia comprado o programa. 
Hoje, 20 anos depois, ele conquistou mais de 10 milhões de usuários ao redor do mundo. Gerou muito lucro. Mudou o conceito de fotografia. E tornou mais rígidos os padrões de beleza femininos. Foi um descanso para as olheiras de atrizes cansadas e um vilão que ameaçou a carreira de muitos designers.
Ao longo dos seus 20 anos de existência, o Photoshop mudou a visão que temos da fotografia, do trabalho do fotógrafo e acabou intervindo nos rumos da sociedade. Para comemorar o aniversário do polêmico software,Galileu selecionou algumas dessas “photoshopadas” que entraram para a história, por serem desastrosas ou brilhantes. Confira:
Desastroso: Amputação 
A atriz Emma Watson perdeu um pedaço da perna depois de passar pelo Photoshop. A catástrofe foi publicado recentemente na campanha de inverno da Burberry.
Editora Globo
Brilhante: David Lachapelle O fotógrafo americano já convenceu dezenas de celebridades a fazer poses constrangedoras. Fotografou Angelina Jolie de boca aberta em posição sensual e Amanda Lepore cheirando diamantes. A foto abaixo, intitulada “Make over: Surgery Story”, é um dos exemplos de usos geniais do programa, inclusive para causar reflexões.
Editora Globo
Desastroso: Os gêmeos de Silvio Berlusconi O Photoshop pode ser usado para fraudes. Como, por exemplo, aumentar a multidão de apoio ao Primeiro Ministro italiano, Sílvio Berlusconi. Repare que, na imagem publicada em uma revista italiana, o homem de camisa preta aparece nos dois lados da turba, espelhado.

Editora Globo

Brilhante: Eduardo Recife O ilustrador mineiro Eduardo Recife é um artista de Photoshop. Confira uma ilustração do blog pessoal do artista feita para o jornal norte americano The New York Times.
Editora Globo
Desastroso: Free Willy A capa do novo Free Willy é um bom exemplo do mau uso do programa. A água e o personagens que estão no plano de fundo são tão falsos quanto a amizade entre crianças e baleias.
Editora Globo
Para quem quiser mais Photoshop
Para os fãs do programa, aqui vão alguns sites interessantes - sugestões de Russell Brown, que era o diretor criativo da Adobe na época em que lançaram o Photoshop, dadas ao New York Times (todos os blogs são em inglês):
O blog de Scott Kelbys, Photoshop Insider ;
Lynda.com;

Quantas folhas de papel dá pra fazer com uma árvore?

por Redação Galileu

RE: Um eucalipto rende de 20 a 24 mil folhas de papel A4 (75 g/m2 de gramatura), aquele comum, usado em casa e nos escritórios. Como são necessárias 11 árvores para produzir uma tonelada de papel, e o consumo do brasileiro é de 44 kg por ano, cada um de nós consome em média meia árvore por ano. Podia ser pior. Os finlandeses, primeiros no ranking, consomem 341 Kg.

Jovem brasileiro cria exame de vista pelo celular



Catarinense desenvolve gadget de dois dólares que, acoplado ao telefone, é capaz de dizer se uma pessoa precisa de óculos ou não

por Mariana Lucena
Editora Globo
Ilustração: Tiago Allen
Aos 26 anos, o brasileiro Vitor Pamplona, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul acaba de inventar um gadget que oferece diagnósticos oftalmológicos por celular. A melhor notícia? Custa apenas dois dólares.
Netra – palavra sânscrita para “olho” ou, simplesmente, a sigla em inglês de Ferramenta para Avaliação das Condições Refrativas do Olho Humano em Proximidade – é um pequeno aparelho plástico que, acoplado a um celular Android, realiza testes e avalia a saúde da visão do usuário. Editora Globo
Foto: Andy Ryan
Depois de baixar o aplicativo específico, o “paciente” aproxima o gadget do olho e observa a simulação de duas linhas paralelas. O programa propõe, então, que ele aproxime as duas linhas até que elas se encontrem. Pessoas com a vista saudável, explica Pamplona, verão as linhas já sobrepostas, sem precisar movê-las. O coeficiente de erro dos demais, calculado a partir do quanto cada usuário move as linhas, será usado para determinar o grau de sua miopia, astigmatismo ou hipermetropia.

“Eu costumo comparar o Netra a um termômetro. Usando um termômetro, você descobre se tem febre, mas ele não te dá as ferramentas para se automedicar. Com o Netra será a mesma coisa. Você fará o exame e saberá se está na hora de ir ao médico e pedir uma troca de óculos”, diz Pamplona. “Pela primeira vez, esse monitoramento pode ser feito sozinho, sem ajuda de especialistas”.

A ambição do catarinense é vender a invenção como um equipamento médico. Mas, enquanto espera pela aprovação de entidades de saúde ao redor do mundo, pretende dar início à comercialização do produto como brinquedo.
Editora Globo
Vitor Pamplona usa Netra
“A receita emitida pelo Netra não será válida para encomendar óculos em países como Brasil e Estados Unidos, que exigem que esse tipo de recomendação passe pelo aval de um médico”, diz o cientista da computação. “Contudo, em lugares onde o sistema de saúde é desorganizado e mais precário, como muitos países africanos, o gadget será útil no oferecimento de diagnósticos médicos em áreas remotas”.

Com a ajuda de pesquisadores brasileiros e indianos e o apoio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT, Pamplona trabalha agora no desenvolvimento de um aplicativo para o novo iPhone e um sistema de comandos sonoros que guiem o usuário durante o exame. O seu maior desafio é criar testes que identifiquem doenças combinadas, como miopia e catarata, ou astigmatismo e problemas de retina.
Infelizmente, Pamplona ainda não tem ideia de quando o gadget estará disponível no mercado, mas certamente o Brasil será olhado com carinho especial na data de lançamento e terá acesso imediato à tecnologia.
Para desenvolver o projeto, Pamplona contou com a ajuda dos professores Ramesh Raskar e Ankit Mohan, do MIT, e Manuel Oliveira, da UFRGS. 
Editora Globo 

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