sábado, 26 de junho de 2010

Jovem brasileiro cria exame de vista pelo celular



Catarinense desenvolve gadget de dois dólares que, acoplado ao telefone, é capaz de dizer se uma pessoa precisa de óculos ou não

por Mariana Lucena
Editora Globo
Ilustração: Tiago Allen
Aos 26 anos, o brasileiro Vitor Pamplona, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul acaba de inventar um gadget que oferece diagnósticos oftalmológicos por celular. A melhor notícia? Custa apenas dois dólares.
Netra – palavra sânscrita para “olho” ou, simplesmente, a sigla em inglês de Ferramenta para Avaliação das Condições Refrativas do Olho Humano em Proximidade – é um pequeno aparelho plástico que, acoplado a um celular Android, realiza testes e avalia a saúde da visão do usuário. Editora Globo
Foto: Andy Ryan
Depois de baixar o aplicativo específico, o “paciente” aproxima o gadget do olho e observa a simulação de duas linhas paralelas. O programa propõe, então, que ele aproxime as duas linhas até que elas se encontrem. Pessoas com a vista saudável, explica Pamplona, verão as linhas já sobrepostas, sem precisar movê-las. O coeficiente de erro dos demais, calculado a partir do quanto cada usuário move as linhas, será usado para determinar o grau de sua miopia, astigmatismo ou hipermetropia.

“Eu costumo comparar o Netra a um termômetro. Usando um termômetro, você descobre se tem febre, mas ele não te dá as ferramentas para se automedicar. Com o Netra será a mesma coisa. Você fará o exame e saberá se está na hora de ir ao médico e pedir uma troca de óculos”, diz Pamplona. “Pela primeira vez, esse monitoramento pode ser feito sozinho, sem ajuda de especialistas”.

A ambição do catarinense é vender a invenção como um equipamento médico. Mas, enquanto espera pela aprovação de entidades de saúde ao redor do mundo, pretende dar início à comercialização do produto como brinquedo.
Editora Globo
Vitor Pamplona usa Netra
“A receita emitida pelo Netra não será válida para encomendar óculos em países como Brasil e Estados Unidos, que exigem que esse tipo de recomendação passe pelo aval de um médico”, diz o cientista da computação. “Contudo, em lugares onde o sistema de saúde é desorganizado e mais precário, como muitos países africanos, o gadget será útil no oferecimento de diagnósticos médicos em áreas remotas”.

Com a ajuda de pesquisadores brasileiros e indianos e o apoio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT, Pamplona trabalha agora no desenvolvimento de um aplicativo para o novo iPhone e um sistema de comandos sonoros que guiem o usuário durante o exame. O seu maior desafio é criar testes que identifiquem doenças combinadas, como miopia e catarata, ou astigmatismo e problemas de retina.
Infelizmente, Pamplona ainda não tem ideia de quando o gadget estará disponível no mercado, mas certamente o Brasil será olhado com carinho especial na data de lançamento e terá acesso imediato à tecnologia.
Para desenvolver o projeto, Pamplona contou com a ajuda dos professores Ramesh Raskar e Ankit Mohan, do MIT, e Manuel Oliveira, da UFRGS. 
Editora Globo 

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