por Valérie Boyer
É preciso avisar em propagandas, revistas ou jornais quando uma fotografia é modificada por programas de computador. Só assim saberemos com precisão a fronteira entre a imagem real e a virtual. Vivemos em uma sociedade da imagem, na qual a figura do corpo tem muita importância. Entretanto, partimos de um modelo restrito do que é belo, uniformizamos a beleza. Valorizamos a diversidade das origens, mas as mulheres, sejam elas americanas, francesas, brasileiras ou japonesas, são todas iguais e, se fugirem aos padrões desejados, são transformadas pelo computador para entrarem no modelo. Imitamos corpos e belezas inacessíveis, que não são verdadeiros.
Além disso, é falta de honestidade com o leitor ou consumidor oferecer corpos irreais sem avisar. Hoje em dia, a alteração das imagens é a regra, e não advertir que alguém aparece retocado na imagem é, no mínimo, injusto. Ficamos chocados com a mentira das palavras, enquanto a mentira das fotos é permitida, aceita e até valorizada. Quando um jornalista publica uma reportagem mentirosa, ele pode ser acusado de difamação e condenado, mas fazer o mesmo com fotografias é permitido.
Há um ano e meio fiz uma proposta de emenda à lei francesa para que fosse colocado um aviso em fotos modificadas digitalmente. Ela foi rejeitada e, em setembro deste ano, refiz a proposta, não como uma emenda, mas como um projeto de lei visando a saúde pública. Assim, todo retrato retocado por programas de computador viria com um selo. O projeto tem um duplo objetivo: prevenir distúrbios de saúde, já que a pressão da imagem irreal sobre as mulheres, sobretudo, pode ser um fator de frustração e provocar problemas psicológicos e alimentares (como a anorexia ou bulimia); e advertir o consumidor para que ele saiba se o que está consumindo é uma imagem verdadeira ou não.
Não pretendo, com isso, limitar a criação de artistas e fotógrafos, mas, simplesmente, dizer a verdade aos cidadãos e consumidores. Parece que estamos vivendo no ambiente do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Ali, os seres são classificados em categorias. Na mais alta escala, todos são belos e perfeitos, na mais baixa, todos são feios e obesos. É preciso criar uma educação das imagens para saber distinguir o verdadeiro do falso. Sem isso, seremos sempre incapazes de ser o que as fotos nos impõem.
Além disso, é falta de honestidade com o leitor ou consumidor oferecer corpos irreais sem avisar. Hoje em dia, a alteração das imagens é a regra, e não advertir que alguém aparece retocado na imagem é, no mínimo, injusto. Ficamos chocados com a mentira das palavras, enquanto a mentira das fotos é permitida, aceita e até valorizada. Quando um jornalista publica uma reportagem mentirosa, ele pode ser acusado de difamação e condenado, mas fazer o mesmo com fotografias é permitido.
Há um ano e meio fiz uma proposta de emenda à lei francesa para que fosse colocado um aviso em fotos modificadas digitalmente. Ela foi rejeitada e, em setembro deste ano, refiz a proposta, não como uma emenda, mas como um projeto de lei visando a saúde pública. Assim, todo retrato retocado por programas de computador viria com um selo. O projeto tem um duplo objetivo: prevenir distúrbios de saúde, já que a pressão da imagem irreal sobre as mulheres, sobretudo, pode ser um fator de frustração e provocar problemas psicológicos e alimentares (como a anorexia ou bulimia); e advertir o consumidor para que ele saiba se o que está consumindo é uma imagem verdadeira ou não.
Não pretendo, com isso, limitar a criação de artistas e fotógrafos, mas, simplesmente, dizer a verdade aos cidadãos e consumidores. Parece que estamos vivendo no ambiente do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Ali, os seres são classificados em categorias. Na mais alta escala, todos são belos e perfeitos, na mais baixa, todos são feios e obesos. É preciso criar uma educação das imagens para saber distinguir o verdadeiro do falso. Sem isso, seremos sempre incapazes de ser o que as fotos nos impõem.
VALÉRIE BOYER, deputada francesa da UMP (União por um Movimento Popular) |
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